A abolição da Escravidão no Brasil foi 1888 pelas mãos da Princesa regente Isabel, porém a proclamação da república e a posterior elaboração da constituição de 1891 não criaram mecanismos de proteção aos Negros. A marinha do Brasil era prova viva de tal dilema,o preconceito racial era constante e os castigos corporais aplicados com freqüência.
O código da Marinha previa 25 chibatadas a todo marinheiro que cometesse faltas e falhas graves no dia a dia da instituição. Os salários eram baixos,acomodações precárias e os abusos por parte dos oficiais era mais um fator que incomodava a tropa negra.A comparação com outras Marinhas era inevitável,marinheiros no Rio de Janeiro mantinham contato com Navios que aportavam na Baia de Guanabara e a cada conversa a revolta se instalava quando os mesmos percebiam que os abusos só aconteciam no Brasil.
Em 1909 um grupo de Marinheiros Brasileiros participou de um intercâmbio com a Marinha Britânica, entre eles estava João Cândido Felisberto, futuro líder da Revolta da Chibata. No reino unido a marinha era bem treinada ,paga e não existia leis obsoletas como as que existiam na Marinha do Brasil.
No Brasil João Cândido organizou um comitê revolucionário que pretendia mudar esse panorama de abusos físicos na marinha do Brasil, o plano estava marcado para ser posto em prática 10 dias após a posse do novo Presidente Hermes da Fonseca, porém um incidente antecipou a ação dos Marujos. O marinheiro Marcelino Rodrigues Menezes levou uma garrafa de cachaça a bordo,uma briga com seu delator desencadeou uma série punição ao mesmo que acabou recebendo mais de 250 chibatadas , dez vezes mais do que o permitido pelo regulamento da Marinha.
No dia 22 de novembro os revoltosos do encouraçado Minas Gerais tomam o navio e no confronto com oficiais que se negaram a abandonar a embarcação, o comandante João batista das neves acaba morto com um tiro na cabeça. Momentos depois os encouraçados São Paulo,Bahia e Deodoro também aderem ao movimento que tinha por objetivo abolir os castigos corporais da marinha do Brasil.
João Cândido Felisberto foi elevado à líder do movimento e sob seu comando o encouraçado Minas Gerais dispara tiros de canhão em pontos da Capital federal Rio de janeiro. No dia 23 de novembro o governo envia a bordo das embarcações insurgentes o deputado federal José Carlos de Carvalho com a missão de negociar com os marinheiros,de volta a terra firme ele trás consigo o manifesto com as reivindicações dos revoltosos que dentre outras coisas cobrava o fim da chibata e melhores condições de vida para os marinheiros.
No dia 25 de novembro o Congresso nacional concede uma anistia aos envolvidos na revolta em troca da rendição. No dia seguinte o presidente Hermas da Fonseca resolve cumprir a determinação do congresso e oferece a anistia nos termos propostos pelos deputados.
Os marinheiros aceitam os termos e revolvem acabar com a revolta, porém em um ato traiçoeiro o governo cede a pressões da imprensa e dos altos oficiais da marinha decretando no dia 26 de novembro a expulsão de mais de 2 mil dos marujos envolvidos com a revolta da chibata. A devassa não poupou ninguém João Candido e outros marinheiros foram presos no terrível presídio de cobras, outros 105 condenados foram levados a Amazônia para o trabalho forçado nos seringais da região.
O “Almirante Negro” após sair do presídio de Cobras foi levado ao Hospital dos alienados sob a acusação de “louco”, seu julgamento foi realizado no dia 1 de dezembro de 1912 onde ele se viu livre das acusações, porém nunca mais pode retornar a marinha. Em 2008 o governo lula indultou todos os envolvidos na revolta limpando o nome dos heróis da Revolta da chibata.
sábado, 30 de abril de 2011
sábado, 9 de abril de 2011
O Trabalho Escravo no Brasil : Colônia e Império
Em meados de 1530 Portugal dá início a Colonização efetiva do Brasil com as chamadas Capitanias hereditárias, o regime do grande latifúndio agroexportador de Açúcar tomava forma na faixa litorânea. Os Canaviais necessitavam de ampla Mão de obra ,problema para a Metrópole que contava com uma população reduzida e não disposta a atravessar Atlântico para trabalhar na grande Lavoura.
O índio que foi utilizado na exploração predatória do Pau Brasil não foi utilizado na grande lavoura do Açúcar em parte pela proteção dos Jesuítas e também em razão dos milhões de Escravos Negros Africanos trazidos para alimentar o trabalho colonial. A opção de Portugal pelo trabalho escravo negro se explica pelo elevado lucro que a atividade gerava , no entanto não podemos deixar de mencionar que a escravidão é anterior a chegada Européia na África,tribos rivais escravizavam os prisioneiros de guerra utilizando- os nas mais variadas tarefas.
O tráfico Negreiro com vistas a abastecer a América com mão de obra deslocou em três séculos de atividade cerca de 11 milhões de cativos, desse montante cerca de 40% foram trazidos para o Brasil. Os traficantes trocavam produtos tropicais fabricados nas colônias como Fumo e Aguardente por negros que se encontravam espalhados pela costa africana em feitorias devidamente preparadas para aprisioná-los até que um Navio Tumbeiro viesse buscá-los.
A viagem durava em média 45 dias, acomodados em porões fétidos, os negros sofriam com as doenças que se alastravam com facilidade em razão do ambiente sujo e de aglomeração. No Brasil os tumbeiros aportavam em Salvador na Bahia ou no Rio de Janeiro , principais centros escravistas da Colônia, os lotes de escravos eram vendidos como “Mercadorias Humanas” , cujo preço era determinado por critérios físicos e sexo.
As famílias eram separadas de propósito, era preciso acabar com os laços afetivos que no futuro pudesse desembocar em revoltas contra o sistema escravista. Nas fazendas os escravos trabalhavam em todas as etapas de produção do açúcar , as senzalas abrigavam os “Negros de Fora”, aqueles utilizados na grande lavoura,os “Escravos de dentro” eram o de Melhor aparência física e boa dentição utilizados como empregos na Casa grande do senhor de engenho.
O trabalho na grande lavoura começava cedo e se estendia até o por do sol, alimentados com carne seca, farinha de mandioca e verduras os cativos recebiam roupas simples que se assemelhavam a sacos de batata. A rotina era de trabalho duro e não raro recheada de castigos corporais em razão de supostas faltas ou rebeldias cometidas com seus senhores.
O engenho era formado por uma ampla estrutura produtora de açúcar, os senhores de engenho para manter tudo funcionando necessitava de ampla mão de obra, não é a toa que Antonil disse “Os escravos são mãos e pés dos senhores de Engenho”. O investimento era alto , o escravo é parte do patrimônio de um senhor , portanto ele fazia tudo para não perdê-lo,os castigos foram amplamente aplicados como forma de coibir tais fugas, toda fazenda possuía capitães do mato especialistas em perseguir e recapturar negros fugitivos antes que os mesmos atingissem um quilombo.
Os quilombos eram comunidades formadas com negros que conseguiam fugir do trabalho escravos nas fazendas e cidades, formados em regiões de difícil acesso, essas comunidades desenvolviam uma vida paralela e de liberdade em meio ao sistema escravista. O reduto negro mais famoso da história do Brasil foi o quilombo do Palmares na região da serra da barriga entre os atuais estados do Pernambuco e alagoas.
A resistência escrava se deu de diversas formas, a mais comum foram às fugas e tentativas de se chegar a um quilombo, o suicídio também foi uma prática que acontecia com freqüência, ainda existiam os escravos de ganho que recebia autorização para trabalhar aos finais de semana e com o dinheiro comprar a liberdade com uma carta de alforria e ainda a capoeira que foi amplamente utilizada como forma de luta contra a escravidão. No século XVIII , no auge da economia mineradora o trabalho do escravo negro continuou amplamente explorado , as minas estavam abarrotadas de cativos que trabalhavam horas a fio na extração do ouro e diamante que alimentavam as finanças Portuguesas.
Em razão do contrabando e dos escravos que tentavam esconder o ouro e diamantes para a compra de cartas de alforria, Portugal criou punições severas e castigos ainda mais rígidos para coibir tais práticas, não raro cativos foram marcados com ferro quente e tiveram orelhas cortadas. Em 1822 D .Pedro I , proclama a independência do Brasil que nos libertou das amarras que nos prendiam a Portugal , no entanto a nossa emancipação política não vem acompanhada da libertação dos escravos.
A primeira constituição de 1824 manteve a escravidão como propriedade de direito dos grandes latifundiários brasileiros e o sistema continuou durante todo o período monárquico, a economia Brasileira mudou de rumo passando a investir no Café, produto que o valor não parava de subir no mercado mundial. Os cafezais cresciam a passos largos no Vale do Paraíba (SP) e também no Oeste Paulista , tudo alimentado a mão de obra escrava negra , porém o contexto era diferente , pois a Inglaterra não mais poderosa do mundo no século XIX virou abolicionista e passou a defender o fim do tráfico e da escravidão.
A nova postura abolicionista dos Ingleses entrava em rota de colisão com os interesses brasileiros de uma economia toda alicerçada no trabalho escravo, por pressão Britânica tivemos que aprovar a lei Eusébio de Queirós que extinguia o tráfico negreiro para o Brasil. Os fazendeiros do nordeste vendiam seus cativos para a grande lavoura do Café na região sudeste como forma de recuperar os investimentos, já que o açúcar a muito estava em decadência, não necessitando mais do trabalho Escravo de outrora.
O tráfico interno apenas amenizava a necessidade de mão de obra, em longo prazo os cafezais estariam estagnados se o governo não achasse uma solução rápida para a questão. Em meados de 1850 o governo de D. Pedro II passa a incentivar a imigração Européia como substituta nas lavouras cafeeiras que não paravam de crescer e no fundo ele próprio sabia que a escravidão estava com os dias contados com o fim do tráfico.Em 1864 o Brasil estava em guerra com o Paraguai , os negros lutaram lado a lado com o exército para garantir a soberania da nação e mesmo assim a escravidão persistia como mão de obra do império.
A participação dos Negros na composição do Exército Brasileiro e bravura no campo de batalha ajudou a despertar um forte sentimento abolicionista, que somado a fatores morais e econômicos transformava a escravidão em uma instituição que causava revolta e indignação em grande parte da população. O movimento abolicionista se organizava em Jornais que combatiam a escravidão em artigos inflamados , clubes abolicionistas levantavam fundos para compra de alforrias e muitos chegaram ao ponto de organizar fugas de escravos como os famosos Caifazes.
Pressionado por todos os lados os Políticos aprovam a primeira lei abolicionista, a lei do ventre livre (1871) libertava os filhos nascidos de mãe escrava após atingirem a maioridade, o trabalho era a maneira de indenizar os proprietários. Em 1885 é aprovada a lei dos sexagenários , escravos com mais de 60 anos ganharam a liberdade e a lei derradeira que pós fim a escravidão no Brasil foi assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888.
O índio que foi utilizado na exploração predatória do Pau Brasil não foi utilizado na grande lavoura do Açúcar em parte pela proteção dos Jesuítas e também em razão dos milhões de Escravos Negros Africanos trazidos para alimentar o trabalho colonial. A opção de Portugal pelo trabalho escravo negro se explica pelo elevado lucro que a atividade gerava , no entanto não podemos deixar de mencionar que a escravidão é anterior a chegada Européia na África,tribos rivais escravizavam os prisioneiros de guerra utilizando- os nas mais variadas tarefas.
O tráfico Negreiro com vistas a abastecer a América com mão de obra deslocou em três séculos de atividade cerca de 11 milhões de cativos, desse montante cerca de 40% foram trazidos para o Brasil. Os traficantes trocavam produtos tropicais fabricados nas colônias como Fumo e Aguardente por negros que se encontravam espalhados pela costa africana em feitorias devidamente preparadas para aprisioná-los até que um Navio Tumbeiro viesse buscá-los.
A viagem durava em média 45 dias, acomodados em porões fétidos, os negros sofriam com as doenças que se alastravam com facilidade em razão do ambiente sujo e de aglomeração. No Brasil os tumbeiros aportavam em Salvador na Bahia ou no Rio de Janeiro , principais centros escravistas da Colônia, os lotes de escravos eram vendidos como “Mercadorias Humanas” , cujo preço era determinado por critérios físicos e sexo.
As famílias eram separadas de propósito, era preciso acabar com os laços afetivos que no futuro pudesse desembocar em revoltas contra o sistema escravista. Nas fazendas os escravos trabalhavam em todas as etapas de produção do açúcar , as senzalas abrigavam os “Negros de Fora”, aqueles utilizados na grande lavoura,os “Escravos de dentro” eram o de Melhor aparência física e boa dentição utilizados como empregos na Casa grande do senhor de engenho.
O trabalho na grande lavoura começava cedo e se estendia até o por do sol, alimentados com carne seca, farinha de mandioca e verduras os cativos recebiam roupas simples que se assemelhavam a sacos de batata. A rotina era de trabalho duro e não raro recheada de castigos corporais em razão de supostas faltas ou rebeldias cometidas com seus senhores.
O engenho era formado por uma ampla estrutura produtora de açúcar, os senhores de engenho para manter tudo funcionando necessitava de ampla mão de obra, não é a toa que Antonil disse “Os escravos são mãos e pés dos senhores de Engenho”. O investimento era alto , o escravo é parte do patrimônio de um senhor , portanto ele fazia tudo para não perdê-lo,os castigos foram amplamente aplicados como forma de coibir tais fugas, toda fazenda possuía capitães do mato especialistas em perseguir e recapturar negros fugitivos antes que os mesmos atingissem um quilombo.
Os quilombos eram comunidades formadas com negros que conseguiam fugir do trabalho escravos nas fazendas e cidades, formados em regiões de difícil acesso, essas comunidades desenvolviam uma vida paralela e de liberdade em meio ao sistema escravista. O reduto negro mais famoso da história do Brasil foi o quilombo do Palmares na região da serra da barriga entre os atuais estados do Pernambuco e alagoas.
A resistência escrava se deu de diversas formas, a mais comum foram às fugas e tentativas de se chegar a um quilombo, o suicídio também foi uma prática que acontecia com freqüência, ainda existiam os escravos de ganho que recebia autorização para trabalhar aos finais de semana e com o dinheiro comprar a liberdade com uma carta de alforria e ainda a capoeira que foi amplamente utilizada como forma de luta contra a escravidão. No século XVIII , no auge da economia mineradora o trabalho do escravo negro continuou amplamente explorado , as minas estavam abarrotadas de cativos que trabalhavam horas a fio na extração do ouro e diamante que alimentavam as finanças Portuguesas.
Em razão do contrabando e dos escravos que tentavam esconder o ouro e diamantes para a compra de cartas de alforria, Portugal criou punições severas e castigos ainda mais rígidos para coibir tais práticas, não raro cativos foram marcados com ferro quente e tiveram orelhas cortadas. Em 1822 D .Pedro I , proclama a independência do Brasil que nos libertou das amarras que nos prendiam a Portugal , no entanto a nossa emancipação política não vem acompanhada da libertação dos escravos.
A primeira constituição de 1824 manteve a escravidão como propriedade de direito dos grandes latifundiários brasileiros e o sistema continuou durante todo o período monárquico, a economia Brasileira mudou de rumo passando a investir no Café, produto que o valor não parava de subir no mercado mundial. Os cafezais cresciam a passos largos no Vale do Paraíba (SP) e também no Oeste Paulista , tudo alimentado a mão de obra escrava negra , porém o contexto era diferente , pois a Inglaterra não mais poderosa do mundo no século XIX virou abolicionista e passou a defender o fim do tráfico e da escravidão.
A nova postura abolicionista dos Ingleses entrava em rota de colisão com os interesses brasileiros de uma economia toda alicerçada no trabalho escravo, por pressão Britânica tivemos que aprovar a lei Eusébio de Queirós que extinguia o tráfico negreiro para o Brasil. Os fazendeiros do nordeste vendiam seus cativos para a grande lavoura do Café na região sudeste como forma de recuperar os investimentos, já que o açúcar a muito estava em decadência, não necessitando mais do trabalho Escravo de outrora.
O tráfico interno apenas amenizava a necessidade de mão de obra, em longo prazo os cafezais estariam estagnados se o governo não achasse uma solução rápida para a questão. Em meados de 1850 o governo de D. Pedro II passa a incentivar a imigração Européia como substituta nas lavouras cafeeiras que não paravam de crescer e no fundo ele próprio sabia que a escravidão estava com os dias contados com o fim do tráfico.Em 1864 o Brasil estava em guerra com o Paraguai , os negros lutaram lado a lado com o exército para garantir a soberania da nação e mesmo assim a escravidão persistia como mão de obra do império.
A participação dos Negros na composição do Exército Brasileiro e bravura no campo de batalha ajudou a despertar um forte sentimento abolicionista, que somado a fatores morais e econômicos transformava a escravidão em uma instituição que causava revolta e indignação em grande parte da população. O movimento abolicionista se organizava em Jornais que combatiam a escravidão em artigos inflamados , clubes abolicionistas levantavam fundos para compra de alforrias e muitos chegaram ao ponto de organizar fugas de escravos como os famosos Caifazes.
Pressionado por todos os lados os Políticos aprovam a primeira lei abolicionista, a lei do ventre livre (1871) libertava os filhos nascidos de mãe escrava após atingirem a maioridade, o trabalho era a maneira de indenizar os proprietários. Em 1885 é aprovada a lei dos sexagenários , escravos com mais de 60 anos ganharam a liberdade e a lei derradeira que pós fim a escravidão no Brasil foi assinada pela princesa Isabel no dia 13 de maio de 1888.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
A REVOLTA DA VACINA
No Despertar do século XX, o Rio de Janeiro desfrutava da posição de Capital Federal, berço cultural e Político da República Brasileira. Apesar da glórias a Cidade vivia um cotidiano de sérios Problemas,o crescimento desordenado levou a proliferação de diversos cortiços , locais de péssima condição higiênica e de pessoas vivendo aglomeradas.
Nas Ruas o cenário também não era dos melhores, muita sujeira espalhada pelas esquinas da cidade e esgoto correndo a seu aberto, ratos e baratas disputavam o espaço urbano com a população, que indignada convivia com doenças e o mau cheiro que emanava das águas fétidas. Turistas que passeavam pela cidade se encantavam com as belezas naturais e reclamavam da sujeira da Capital brasileira, com freqüência muitos estrangeiros presenciavam a cena grotesca de ver os moradores da cidade jogarem vezes acumuladas em latrinas pela janela.
Nesse contexto as epidemias encontravam terreno fértil para uma rápida proliferação, todos os anos dezenas de pessoas morriam vítimas da Varíola e da Febre Amarela. Grupos de intelectuais, médicos sanitaristas , Políticos e outros profissionais exigiam do governo um amplo projeto de Reurbanização e higienização da Capital federal.
A cidade do Rio de Janeiro era administrada na época pelo engenheiro Pereira passos, e como prefeito tomou a decisão de levar a cabo uma série de reformas que ele intitulou “Bota Abaixo”, seu plano previa a derrubada de prédios antigos e a abertura de novas e espaçosas avenidas. Sua ambição apoiada pelo então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) era de transformar o Rio de Janeiro em um Cartão Postal , Uma “Paris dos Trópicos.
O problema foi o que fazer com a ampla população pobre que moravam nos cortiços da região central, em um ato de total descaso essa massa foi empurrada para os morros e encostas, formando as grandes favelas Cariocas. O “Bota Abaixo “ foi um sucesso , criou novas avenidas como a central e a beira Mar , deu cara a prédios modernos e europeizados , o preço pago foi uma crise imobiliária que elevou o valor da propriedades e dos aluguéis impedindo que a massa pudesse retornar aos antigos endereços.
A Reurbanização cidade do Rio de janeiro foi acompanhada de um amplo projeto de limpeza e desinfecção das ruas e moradias na tentativa de erradicar os focos de doenças que ajudavam a proliferar as epidemias. Sob a liderança do mundialmente conhecido médico sanitarista Osvaldo Cruz , as “Brigadas Mata – Mosquitos” , invadiam as casas para eliminar focos de água parada e vacinar as pessoas contra a varíola.O problema era a violência com que tudo isso era feito , quando os sanitaristas eram proibidos de entrar em determinadas casas ou na aplicação da vacina naqueles que relutavam em tomar , eles faziam uso da força física com a ajuda de policiais.
A população não aceitava mais esse ato arbitrário do governo e também existia uma descrença em relação à Vacina, muitos acreditavam que o povo estava sendo usado como cobaias para testar a eficácia da mesma. A ignorância popular em parte se explica pelas calunias criadas pela oposição nos meios de imprensa dizendo que a vacina não era segura e que a real intenção do governo era se livrar de vez dos Pobres.
No final de outubro de 1904 o presidente Rodrigues Alves transformou a vacinação contra varíola obrigatória, esse ato despertou a fúria da população, foi à gota d’água na paciência dos cariocas. As ruas foram tomadas , o povo descia as encostas com sede de justiça social , a raiva estava acumulada desde o momento que milhares perderam suas casas para dar lugar a uma cidade reformulada.
O comércio foi atacado e mercadorias roubadas , prédios destruídos e apredejados , bondes derrubados , incêndios por toda cidade e uma série de outros crimes promovidos por aqueles que se aproveitaram do momento para cometer atos de bandidagem.O governo reagiu à altura promovendo uma séria repressão que contou com apoio da marinha e tropas enviadas do vale do Paraíba para conter os revoltosos.
Depois de tanta confusão e centenas de prisões o presidente revogou o decreto que tornava a vacinação obrigatória, na tentativa de conter os ânimos acirrados a vacina virou opcional e aos poucos a população percebeu a sua eficácia. Em resumo não podemos dizer que a revolta da vacina se desencadeou por conta de um decreto que a tornava a vacina obrigatória , suas raízes são sociais , no eterno descaso das autoridades brasileiras que delegam ao povo o papel de coadjuvantes.Empurrar o povo para as favelas deixou seqüelas que vieram a tona no momento que as autoridades tomaram novas medidas arbitrárias a vontade popular , ai estão as verdadeiras razões dessa revolta de massa que tomou conta das ruas cariocas no final de 1904.
Nas Ruas o cenário também não era dos melhores, muita sujeira espalhada pelas esquinas da cidade e esgoto correndo a seu aberto, ratos e baratas disputavam o espaço urbano com a população, que indignada convivia com doenças e o mau cheiro que emanava das águas fétidas. Turistas que passeavam pela cidade se encantavam com as belezas naturais e reclamavam da sujeira da Capital brasileira, com freqüência muitos estrangeiros presenciavam a cena grotesca de ver os moradores da cidade jogarem vezes acumuladas em latrinas pela janela.
Nesse contexto as epidemias encontravam terreno fértil para uma rápida proliferação, todos os anos dezenas de pessoas morriam vítimas da Varíola e da Febre Amarela. Grupos de intelectuais, médicos sanitaristas , Políticos e outros profissionais exigiam do governo um amplo projeto de Reurbanização e higienização da Capital federal.
A cidade do Rio de Janeiro era administrada na época pelo engenheiro Pereira passos, e como prefeito tomou a decisão de levar a cabo uma série de reformas que ele intitulou “Bota Abaixo”, seu plano previa a derrubada de prédios antigos e a abertura de novas e espaçosas avenidas. Sua ambição apoiada pelo então presidente da República Rodrigues Alves (1902-1906) era de transformar o Rio de Janeiro em um Cartão Postal , Uma “Paris dos Trópicos.
O problema foi o que fazer com a ampla população pobre que moravam nos cortiços da região central, em um ato de total descaso essa massa foi empurrada para os morros e encostas, formando as grandes favelas Cariocas. O “Bota Abaixo “ foi um sucesso , criou novas avenidas como a central e a beira Mar , deu cara a prédios modernos e europeizados , o preço pago foi uma crise imobiliária que elevou o valor da propriedades e dos aluguéis impedindo que a massa pudesse retornar aos antigos endereços.
A Reurbanização cidade do Rio de janeiro foi acompanhada de um amplo projeto de limpeza e desinfecção das ruas e moradias na tentativa de erradicar os focos de doenças que ajudavam a proliferar as epidemias. Sob a liderança do mundialmente conhecido médico sanitarista Osvaldo Cruz , as “Brigadas Mata – Mosquitos” , invadiam as casas para eliminar focos de água parada e vacinar as pessoas contra a varíola.O problema era a violência com que tudo isso era feito , quando os sanitaristas eram proibidos de entrar em determinadas casas ou na aplicação da vacina naqueles que relutavam em tomar , eles faziam uso da força física com a ajuda de policiais.
A população não aceitava mais esse ato arbitrário do governo e também existia uma descrença em relação à Vacina, muitos acreditavam que o povo estava sendo usado como cobaias para testar a eficácia da mesma. A ignorância popular em parte se explica pelas calunias criadas pela oposição nos meios de imprensa dizendo que a vacina não era segura e que a real intenção do governo era se livrar de vez dos Pobres.
No final de outubro de 1904 o presidente Rodrigues Alves transformou a vacinação contra varíola obrigatória, esse ato despertou a fúria da população, foi à gota d’água na paciência dos cariocas. As ruas foram tomadas , o povo descia as encostas com sede de justiça social , a raiva estava acumulada desde o momento que milhares perderam suas casas para dar lugar a uma cidade reformulada.
O comércio foi atacado e mercadorias roubadas , prédios destruídos e apredejados , bondes derrubados , incêndios por toda cidade e uma série de outros crimes promovidos por aqueles que se aproveitaram do momento para cometer atos de bandidagem.O governo reagiu à altura promovendo uma séria repressão que contou com apoio da marinha e tropas enviadas do vale do Paraíba para conter os revoltosos.
Depois de tanta confusão e centenas de prisões o presidente revogou o decreto que tornava a vacinação obrigatória, na tentativa de conter os ânimos acirrados a vacina virou opcional e aos poucos a população percebeu a sua eficácia. Em resumo não podemos dizer que a revolta da vacina se desencadeou por conta de um decreto que a tornava a vacina obrigatória , suas raízes são sociais , no eterno descaso das autoridades brasileiras que delegam ao povo o papel de coadjuvantes.Empurrar o povo para as favelas deixou seqüelas que vieram a tona no momento que as autoridades tomaram novas medidas arbitrárias a vontade popular , ai estão as verdadeiras razões dessa revolta de massa que tomou conta das ruas cariocas no final de 1904.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Os Antecedentes da Segunda Guerra Mundial
O século XX começou com a esperança de novos tempos, após uma séria crise financeira na Europa o capitalismo dava sinais de franca recuperação, levando muitos a acreditar que o mundo vivia a “Bela Época”. Esse momento de ouro do capitalismo e de grande efervescência cultural na Europa , escondia uma corrida armamentista entre os impérios coloniais , a disputa acirrada por mercado consumidor , levou o velho continente a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) , a chamada “Grande Guerra” , na visão de Estadistas foi necessária para por fim a todas as possíveis futuras guerras.A lógica de travar uma guerra , para acabar com as desavenças entre as nações imperialistas se demonstrou um grave erro,anos depois a humanidade estaria exposta a um conflito infinitamente mais trágico e destruidor.
O tratado de Versalhes, documento que sacramentou o fim da Primeira guerra mundial, impôs pesadas medidas para com a Alemanha derrotada, o texto foi marcado pelo revanchismo Francês que se utilizou das cláusulas do tratado com vistas a acabar definitivamente com o rival histórico. A Alemanha foi considerada a única responsável pela guerra , portanto teve que arcar com pesadas indenizações , perdeu áreas territoriais na Europa e nas suas colônias Africanas.
O Tratado de Versalhes não perdoou sequer o exército Alemão, motivos de orgulho em outrora, os efetivos foram reduzidos a meros 100 mil soldados, as armas pesadas de infantaria foram confiscadas ou destruídas, em suma podemos dizer que toda estrutura militar alemã foi desarticulada. As humilhações impostas a Alemanha ajudou a manter o orgulho germânico ainda mais aflorado nos anos pós guerra , alguns historiadores apontam as pesadas sanções a Alemanha como o estopim da segunda guerra mundial , o documento abriu feridas que não cicatrizaram a tempo de evitar que as palavras eloqüentes de um mero da Cabo desemboca – se,em uma nova guerra.
As ascensões do Fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha estão diretamente ligados ao cenário de crise econômica e social do pós primeira guerra, Mussolini e Hitler souberam explorar de forma hábil, os elevados índices de desemprego e a paranóia comunista que se instaurou em ambos os países como forma de superar a crise, serviram de plataforma de ascensão política de ambos que contaram com o amplo apoio da burguesia que esperava a contenção da onda vermelha que tomava conta da Europa.
O discurso radical e nacionalista ganhou as mentes daqueles que esperavam os vingadores da humilhação sofrida na guerra, Mussolini e Hitler, conseguiram apoio popular para projetos imperialistas muito em razão do cenário de crise econômica que ganha força em 1929 com a queda da bolsa de valores de Nova York. Se a crise atingiu em cheio as democracias liberais que saíram vitoriosas da primeira guerra , tente imaginar o que ela causou em países fragilizados e que tentavam se recuperar dos prejuízos do primeiro conflito mundial.
O Nazifascismo crescia a passos largos e ganhava simpatizantes pela Europa, o cheiro de uma nova guerra estava no ar e o ensaio foi à chamada guerra civil Espanhola (1936-1939), o conflito opôs franquistas/fascistas e socialistas/republicanos, Hitler enviou sua recém criada força aérea para ajudar Francisco Franco. O episódio mais emblemático dessa guerra foi o bombardeio a cidade Basca de Guernica matando milhares de civis inocentes , as armas de Hitler haviam passado no teste .
Enquanto Hitler dava claros sinais de que o tratado de Versalhes não servia para mais nada e que desde a sua ascensão ao poder ele claramente rompia com as cláusulas, transformando a Alemanha numa máquina de guerra, seus vizinhos de continente nada faziam para barrar seus avanços em uma política apaziguadora que se demonstrou catastrófica. Inglaterra e França não fizeram nada para deter as aspirações de Hitler , acreditaram em suas boas intenções de não mais invadir países da Europa, na conferência de Munique intermediada por Mussolini,o líder nazista deu sua palavra que não causaria uma nova guerra .A inércia e a inocência de Ingleses e franceses deram o tempo necessário para Hitler se preparar melhor e por em ação a sua “Guerra Relâmpago” , que tomaria de assalto grande parte da Europa no início da Guerra.
O passo final no plano de dar início a uma guerra foi à assinatura de um tratado de Não-agressão entre a Alemanha Nazista de Hitler e a União soviética de Stalin no dia 23 de agosto de 1939, o acordo ainda previa a divisão da Polônia entre ambas as nações. Com tal acordo Hitler pretendia manter a URSS longe da guerra que ele pretendia começar no ocidente , evitando assim duas frentes de combate.Na verdade sua real intenção era vencer a guerra contra seus rivais ocidentais (Inglaterra e França) para posteriormente se voltar para uma invasão do território soviético .
No dia 1 de setembro de 1939, as divisões Panzer dão início à invasão da Polônia, que mesmo resistindo bravamente não foi capaz de deter o ímpeto das divisões mecanizadas dos nazistas. Com a recusa de Hitler em acatar o ultimato Francês de desocupar a Polônia temos o estopim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) , conflito que matou mais de 50 milhões de pessoas.
O tratado de Versalhes, documento que sacramentou o fim da Primeira guerra mundial, impôs pesadas medidas para com a Alemanha derrotada, o texto foi marcado pelo revanchismo Francês que se utilizou das cláusulas do tratado com vistas a acabar definitivamente com o rival histórico. A Alemanha foi considerada a única responsável pela guerra , portanto teve que arcar com pesadas indenizações , perdeu áreas territoriais na Europa e nas suas colônias Africanas.
O Tratado de Versalhes não perdoou sequer o exército Alemão, motivos de orgulho em outrora, os efetivos foram reduzidos a meros 100 mil soldados, as armas pesadas de infantaria foram confiscadas ou destruídas, em suma podemos dizer que toda estrutura militar alemã foi desarticulada. As humilhações impostas a Alemanha ajudou a manter o orgulho germânico ainda mais aflorado nos anos pós guerra , alguns historiadores apontam as pesadas sanções a Alemanha como o estopim da segunda guerra mundial , o documento abriu feridas que não cicatrizaram a tempo de evitar que as palavras eloqüentes de um mero da Cabo desemboca – se,em uma nova guerra.
As ascensões do Fascismo na Itália e do Nazismo na Alemanha estão diretamente ligados ao cenário de crise econômica e social do pós primeira guerra, Mussolini e Hitler souberam explorar de forma hábil, os elevados índices de desemprego e a paranóia comunista que se instaurou em ambos os países como forma de superar a crise, serviram de plataforma de ascensão política de ambos que contaram com o amplo apoio da burguesia que esperava a contenção da onda vermelha que tomava conta da Europa.
O discurso radical e nacionalista ganhou as mentes daqueles que esperavam os vingadores da humilhação sofrida na guerra, Mussolini e Hitler, conseguiram apoio popular para projetos imperialistas muito em razão do cenário de crise econômica que ganha força em 1929 com a queda da bolsa de valores de Nova York. Se a crise atingiu em cheio as democracias liberais que saíram vitoriosas da primeira guerra , tente imaginar o que ela causou em países fragilizados e que tentavam se recuperar dos prejuízos do primeiro conflito mundial.
O Nazifascismo crescia a passos largos e ganhava simpatizantes pela Europa, o cheiro de uma nova guerra estava no ar e o ensaio foi à chamada guerra civil Espanhola (1936-1939), o conflito opôs franquistas/fascistas e socialistas/republicanos, Hitler enviou sua recém criada força aérea para ajudar Francisco Franco. O episódio mais emblemático dessa guerra foi o bombardeio a cidade Basca de Guernica matando milhares de civis inocentes , as armas de Hitler haviam passado no teste .
Enquanto Hitler dava claros sinais de que o tratado de Versalhes não servia para mais nada e que desde a sua ascensão ao poder ele claramente rompia com as cláusulas, transformando a Alemanha numa máquina de guerra, seus vizinhos de continente nada faziam para barrar seus avanços em uma política apaziguadora que se demonstrou catastrófica. Inglaterra e França não fizeram nada para deter as aspirações de Hitler , acreditaram em suas boas intenções de não mais invadir países da Europa, na conferência de Munique intermediada por Mussolini,o líder nazista deu sua palavra que não causaria uma nova guerra .A inércia e a inocência de Ingleses e franceses deram o tempo necessário para Hitler se preparar melhor e por em ação a sua “Guerra Relâmpago” , que tomaria de assalto grande parte da Europa no início da Guerra.
O passo final no plano de dar início a uma guerra foi à assinatura de um tratado de Não-agressão entre a Alemanha Nazista de Hitler e a União soviética de Stalin no dia 23 de agosto de 1939, o acordo ainda previa a divisão da Polônia entre ambas as nações. Com tal acordo Hitler pretendia manter a URSS longe da guerra que ele pretendia começar no ocidente , evitando assim duas frentes de combate.Na verdade sua real intenção era vencer a guerra contra seus rivais ocidentais (Inglaterra e França) para posteriormente se voltar para uma invasão do território soviético .
No dia 1 de setembro de 1939, as divisões Panzer dão início à invasão da Polônia, que mesmo resistindo bravamente não foi capaz de deter o ímpeto das divisões mecanizadas dos nazistas. Com a recusa de Hitler em acatar o ultimato Francês de desocupar a Polônia temos o estopim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) , conflito que matou mais de 50 milhões de pessoas.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
O Primeiro Reinado (1822-1831)
Para consolidar a posição do Brasil como nação soberana D. Pedro I tratou de conseguir reconhecimento internacional a cerca da nossa independência, apesar da demora e dos gastos promovidos para atingir o objetivo final, podemos dizer que o monarca soube articular e defender com muita diplomacia os nossos interesses. A primeira nação a nos reconhecer como tal foram os Estados unidos da América, baseados nos princípios da Doutrina Monroe os Norte-Americanos buscavam a não interferência européia nos assuntos do continente, para tanto era necessário apoiar a emancipação das antigas colônias que assim como eles tiveram êxito ao se libertar das antigas metrópoles. A Inglaterra que mantinha vários negócios no comércio Brasileiro também tinha grande interesse no nosso reconhecimento enquanto, sob pressão britânica, Portugal acaba por se render a nossa independência em troca de uma indenização de dois milhões de libras Esterlinas e um título mesmo que simbólico de Imperador do Brasil para o Rei D. João VI. Em janeiro de 1826 após garantir uma série de interesses a Inglaterra reconhece o Brasil como nação Livre e soberana com a garantia que as taxas de 15% pagas como forma de imposto alfandegário fossem mantidas por mais 15 anos. Além de garantir tais vantagens de ordem comercial os Britânicos arrancaram de D. Pedro I a vaga promessa de um dia abolir o tráfico internacional de escravos. Simultaneamente ao trabalho de angariar o apoio internacional para o reconhecimento da nossa independência o imperador tinha que se preocupar em criar novas leis responsáveis por organizar esse novo estado nacional autônomo. Em 1823, D. Pedro I convoca uma assembléia nacional constituinte com vias de elaborar uma nova constituição para o Brasil, foram meses de trabalho tumultuado em virtude das pretensões absolutistas do monarca que não cogitava a hipótese de ter o seu poder diminuído assim como aconteceu com seu pai em Portugal após a revolução liberal do Porto. O resultado final do documento materializou todos os receios do imperador, pois no texto de influência liberal como a revolução do porto, os políticos brasileiros tentavam diminuir a esfera de ação e de poder do Monarca Brasileiro. Na madrugada do dia 12 para 13 de novembro D. Pedro I em acesso de fúria da ordem para fechar a assembléia e botar na cadeia todos os idealizadores de tal constituição, em um episódio que entrou para história com nome de “Noite da Agonia”. Ficou claro que o casamento entre o monarca e a elite agrária Brasileira estava em vias de acabar, pois no ano seguinte em 1824 o imperador impõe uma constituição elaborada por seus aliados e que dentre suas características principais concederam plenos poderes a D. Pedro I através do poder moderador e centralizou todas as esferas políticas em suas mãos. Além de centralizadora a chamada constituição da Mandioca instituía critérios censitários para a escolha dos eleitores, a única coisa que agradou a elite foi à manutenção da mão de obra escrava, mesmo em desacordo nem mesmo o monarca teria coragem para alterar a estrutura conservadora que a muito reinava nas relações econômicas e sociais no Brasil. A vida de d. Pedro I a frente do estado nacional Brasileiro não estava nada fácil, aos poucos a enorme popularidade alcançada por ele no momento da independência começava a esfriar diante de medidas autoritárias, na visão de algumas camadas do povo o sangue Português falava alto nas decisões do monarca. No nordeste Brasileiro o imperador se vê diante de um grande levante armado que tomou conta de toda região partindo da província de Pernambuco. A Chamada confederação do Equador arregimentou apoio popular em uma causa separatista e republicana, o povo nordestino não aceitava as arbitrariedades impostas pelo poder moderador instituídas pelo monarca na constituição de 1824, a miséria da região também foi forte argumento motivador da revolta. A revolta que teve origem em terras pernambucanas, reduto de liberalismo radical e que não aceitava imposições do pode central, contou com apoio das províncias da Paraíba, Ceará e Rio grande do Norte. Dentre os líderes estavam Cipriano barata, Frei caneca Padre Gonçalves Mororó e Manuel de carvalho pais de Andrade, homens influentes que abraçaram a causa nativista dessa região que a muito sonhava com autonomia. O imperador D. Pedro I não teve clemência na hora de reprimir a revolta, contando novamente com apoio logístico da Inglaterra ele ordena que seus soldados lutem até a rendição incondicional dos revoltosos, grande parte dos líderes foram executados. Um forte sentimento antilusitano foi despertado em razão da repressão empreendida por tropas legalistas, e a execução de Frei Caneca importante liderança da confederação do Equador causou forte clamor popular, as acusações de mandar assassinar brasileiros pesavam na conta do imperador que via sua antiga popularidade se esvair pelas mãos. Em meio a tantos problemas políticos e econômicos o império Brasileiro sofreu com mais uma medida intempestiva do Imperador, a cisplatina área que foi incorporada ao território na época de D. João VI no Rio de Janeiro deu inicio a um processo de independência no ano de 1825, a Argentina se envolveu na questão sonhando em anexar o território após a separação em relação ao Brasil. Qualquer líder ciente das mazelas sofridas pelo seu povo e da crise econômica reinante evitaria com todas as forças envolver sua nação em uma guerra, não foi o caso de D. Pedro I, seu ego levou o Brasil a uma guerra que não contava com apoio da população e que onerou ainda mais as finanças da nação. Para combater a Argentina que auxilia o processo de emancipação da cisplatina o monarca Brasileiro contraiu novos impostos com a Inglaterra e recrutou soldados para combater na região de fronteira de forma compulsória. O povo não apoiava a guerra por questões óbvias, o Brasil estava em crise financeira, para muitos se envolver nessa disputa era gastar dinheiro público a esmo. Outro fator que justificava a impopularidade da guerra era a questão cultural, a região da cisplatina atual Uruguai tinha características lingüísticas e físicas que diferenciavam sua população do restante dos habitantes do império, os brasileiros não entendiam o porquê de lutar e arriscar milhares de vidas para manter uma área que pretendia se libertar e possivelmente se anexar com a Argentina. As vozes do povo não foram ouvidas e d. Pedro I se manteve intransigente na luta pela manutenção da Cisplatina, depois de três longos anos de combate e com algumas vitórias insignificantes a Guerra criava problemas sérios para os cofres Brasileiros e atingia interesses Britânicos na região. Por pressão Inglesa o conflito teve fim com a independência da cisplatina que passou a se chamar República do Uruguai, depois de tanto dinheiro e vidas perdidas o Brasil perde a região e D. Pedro I vê o que sobrava de sua aprovação popular desaparecer como fumaça. Os críticos diziam que sua teimosia levou o Império Brasileiro a uma crise financeira ainda maior e a vergonha de perder uma Guerra que não precisava ter se envolvido, a vida do monarca a frente do poder não andava nada fácil. Em 1826 morre em Portugal o Rei D. João VI, a corte Portuguesa aclamou D. Pedro como Herdeiro do trono, a idéia de aceitar o poder lusitano vai despertar a ira do povo em relação ao monarca, a chamada questão sucessória do trono Português mostrou mais uma vez a inabilidade política do imperador Brasileiro. A simples hipótese de aceitar o trono Português ressuscitou o medo da colonização do Brasil, quando a imprensa o atacou por todos os lados o mesmo volta atrás da decisão e abdica ao trono em nome da filha D. Maria da Glória. A menor idade da menina a impedia de governar, nesse caso D. Pedro I indicou seu irmão D. Miguel como regente até a maioridade da menina. D. Miguel se aproveitando da ausência física do irmão se apodera do trono Português, o erro Político de D. Pedro I foi usar dinheiro dos cofres Brasileiros para disputar o Trono Português. A saúde financeira do Império era questão de preocupação generalizada em grande parte do Primeiro reinado (1822-1831) as importações do Brasil muitas vezes superavam o número de exportação, contribuindo para deixar a nossa balança comercial desfavorável. Indenizações na época da independência, a compra de Armas para reprimir as províncias descontentes com a emancipação, a contratação de mercenários estrangeiros que trabalhavam na repressão de revoltas internas, gastos na guerra da Cisplatina, vantagens comerciais para os Britânicos são os fatores que em conjunto ajudaram a afundar com a economia Brasileira durante o Reinado de D. Pedro I. O leitor deve ter percebido que o País era uma bomba relógio prestes a explodir e para grande maioria dos Brasileiros o grande culpado era fácil de apontar, o monarca que outrora era aclamado como herói por libertar a nação, agora era visto como o único responsável pelas mazelas sofridas pelo povo. Nesse clima de animosidade e impopularidade o imperador saiu em viagem oficial por várias cidades, o objetivo era melhorar a imagem abalada pelos erros e enganos administrativos a frente do Estado nacional brasileiro. Para surpresa do próprio monarca por onde passou não recebeu a hospitalidade digna de um líder nacional, foi vaiado e hostilizado na maioria dos locais em que visitou, a província de minas gerais tratou a caravana imperial com desdém e muita família tradicional se quer receberam em suas residências o imperador, desolado D. Pedro I retorna ao rio de Janeiro e a sua chegada causaria uma nova confusão, o ano era 1831 e o seu reinado estava com os dias contados. Um grupo de portugueses que residiam na cidade carioca organizou uma festa para recepcionar o Imperador, mesas foram montadas com guloseimas e vinhos portugueses, mas os Brasileiros quando descobriram o motivo da festividade se revoltaram e deram início a um conflito generalizado que aos poucos tomou várias regiões centrais do Rio de Janeiro. Era 13 de março de 1831, esse conflito entre Portugueses pró D. Pedro I e brasileiros contrários a ele entraram para a história com o nome de “Noite das garrafadas”. Depois desse conflito urbano entre facções portuguesas e brasileiras D. Pedro I percebeu que sua permanência no poder era insustentável, a solução era deixar o poder e voltar para a Europa e recuperar o trono português que havia sido usurpado por seu Irmão D. Miguel. Com a garantia de que o trono Brasileiro seria entregue a seu filho quando o mesmo tivesse idade pra isso ele abdica ao Trono em nome de Herdeiro D. Pedro II. Era 7 de abril de 1831, o monarca embarca para Portugal depois de viver no Brasil por 23 anos, a nação que no passado comemorou a independência liderada por ele, agora dava viva a sua abdicação. Em Portugal ele liderou as tropas que combatiam os chamados Miguelistas, grupo que apoiava a permanência do absolutismo liderado por D. Miguel, depois de alguns anos de luta ele recupera o trono Português em nome de sua Filha Maria da glória. A glória para D. Pedro foi momentânea, pois ele não pode desfrutar dos benefícios da vitória em virtude de sua morte precoce vítima de tuberculose no dia 24 de setembro de 1831, aos 36 anos de idade. O grande legado de D. Pedro para o Brasil foi muito além da independência que ele esteve à frente, a sua maior contribuição foi manter a unidade territorial, impedindo que o país se esfacelasse em múltiplas micro nações como ocorreu com os vizinhos da América latina. Uma vida recheada de escândalos pessoais, uma vida privada que em muito ajudava a desgastar a sua imagem, somados a um forte autoritarismo imposto por ele onde o poder moderador dava ares de absolutismo clássico ao governo Brasileiro foram os fatores que mais contribuíram para sua queda. A abdicação abriu espaço para uma nova onda de violência e crise política, no momento que D. Pedro I abre mão do trono Brasileiro seu filho tinha 5 anos de idade, sua posse naquele instante era ilegal, até a sua maioridade o Brasil seria governado por um conjunto de políticos.
sábado, 8 de janeiro de 2011
A Guerra do Paraguai (1864 - 1870)
A guerra do Paraguai foi o maior conflito armado já travado em solo latino americano, o número de soldados mortos chega à cifra de 300 mil, valor superado no continente, apenas pela guerra de secessão nos Estados unidos, onde o conflito entre o norte e o sul daquele País matou cerca de 620 mil pessoas. Como entender os motivos que levaram a tamanha carnificina é tarefa difícil, a historiografia oficial de cada nação envolvida na guerra tenta aliviar o fardo da matança generalizada buscando fatos e argumentos que possam explicar o que levou o Paraguai, O Brasil, O Uruguai e a Argentina a se envolverem em uma luta tão longa e de tamanhos prejuízos. Até a década de 1980 a historiografia de cunho marxista colocava o Paraguai na posição de vítima, os textos a cerca da guerra diziam que o modelo de autonomia financeira, a introdução de indústrias de base e o baixo índice de analfabetos incomodavam os interesses britânicos no continente. O Paraguai era visto como um perigo para os interesses do imperialismo Inglês, um exemplo que não podia se disseminar, a exaltação chegou ao exagero de colocar o modelo paraguaio como exemplo de potência latino- americana. Com certeza essa análise está bem distante da verdade o Paraguai não era esse paraíso pintado pela teoria de esquerda, tinha bons exemplos de educação e de reforma agrária que deram certo, mas longe de achar que o nosso vizinho de fronteira desfrutava de uma situação de autonomia plena. É mais fácil enquadrar a guerra do Paraguai no cenário de disputa de ordem política e econômica que a muito reinava nas fronteiras latinas, o Brasil impondo suas vontades, chegando a manipular a seu bel prazer o Uruguai e a Argentina que sonhava com a anexação das terras Paraguaias. A navegação na região da Bacia da Prata e as pretensões expansionistas do Presidente – Ditador Francisco Solano Lopez, também entra na lista dos possíveis fatores que ajudaram a criar o estado beligerante entre os países citados. O clima de guerra começou a se formar com o ato inesperado do presidente paraguaio Francisco Solano Lopez de mandar aprisionar o navio Brasileiro “Marquês de Olinda”, com autoridades importantes a bordo, inclusive o presidente da província Do mato grosso, o político Frederico carneiro de campos. As relações diplomáticas foram cortadas, o seqüestro do navio foi uma afronta que criou intensos debates no império em relação à postura a ser tomada pelo Brasil após o incidente. Não deu tempo de o Brasil pensar em declarar um estado de guerra porque o Paraguai se adiantou, sob as ordens de Lopez o exército Paraguaio invade a província do mato grosso no dia 13 de dezembro de 1864. O presidente paraguaio usou de justificativa para tal ato de agressão as constantes intervenções do estado brasileiro no Uruguai , além da tese de que a região do Mato grosso é uma área de litígio ,cabendo ao Paraguai a chance de reivindicar e disputar a posse da região.Estava iniciada a guerra , a invasão relâmpago das tropas paraguaias pegou os Brasileiros de surpresa , há muito tempo nosso vizinho se preparava para essa invasão , Solano Lopez desde que assumiu o poder no lugar de seu pai vinha preparando o Paraguai para uma possível guerra , técnicos estrangeiros trabalhavam no país produzindo armas e o seu exército era o único permanente e realmente treinado para lutar.Alguns historiadores dizem que o exército de Solano López contava com 90 mil soldados se incluirmos os da reserva , com armas novas e modernas.No dia 29 de março de 1865 ,foi à vez de a Argentina ser arrastada para a guerra com a invasão do seu território por tropas paraguaias , a província de corrientes foi o novo alvo na política expansionista do presidente paraguaio.o território Uruguaio também estava na lista de pretensões do Paraguai,a invasão de corrientes na Argentina era uma abertura de caminho para tal objetivo.A incapacidade do Brasil, da Argentina e Uruguai em deter o “ditador” paraguaio levou os mesmos a se unir contra o inimigo comum.Em maio de 1865 é criada a tríplice aliança , acordo militar que envolvia a Argentina do presidente Bartolomeu mitre , o Uruguai de Venâncio Flores e o Império do Brasil de d. Pedro II,o comando supremo das forças no início ficou a cabo do presidente Argentino.Despreparado e desorganizado o exército aliado não conseguia reunir forças para expulsar o Paraguai que no instante inicial da guerra ocupava solidamente vários territórios que pertenciam aos países tríplice aliança. A primeira grande vitória dos aliados se deu em junho de 1865 na lendária batalha naval de Riachuelo onde o Brasil destruiu parte da frota paraguaia. A guerra parecia estática, Solano Lopez foi competente ao criar um cinturão de defesa que protegia o seu país, uma linha tão sólida que até meados de 1866 a tríplice aliança parecia não um caminho capaz de levá-los a vitória final. A virada na guerra se deu com a chegada de Luís Alves de lima e silva, o Marquês de Caxias recebeu a incumbência de assumir o comando supremo das operações da tríplice aliança, a sua habilidade militar e a imensa capacidade de organização foi de fundamental importância na estruturação das tropas e na posterior vitória dos aliados. O dia 28 de julho de 1868 as tropas sob seu comando vencem a batalha de Humaitá, caia por terra a principal linha de defesa dos paraguaios. A capital assunção caiu nas mãos de Caxias no dia 1 de janeiro de 1869, com o trabalho realizado e a sensação de dever cumprido o mesmo de afasta da frente de combate entregando o comando ao genro de d. Pedro II, O conde D´eu. Restava ainda a tarefa de vencer os últimos focos de luta , e capturar o grande causador do conflito na visão dos aliados – o presidente Francisco Solano López.Não foram poucos os casos de abuso e sadismo sob a liderança do genro de d. Pedro II , o Paraguai ficou totalmente destruído e milhares de jovens e idosos não foram poupados da íra do conde D´eu.Solano López tentou se refugiar na região das cordilheiras em cerro León , mas com a derrota das suas últimas tropas na batalha de CERRO CORÁ , não tinha mais como se esconder .O presidente – ditador do Paraguai terminou seus dias de glória com uma lança que transpassou seu corpo , ela teria sido atirada pelo cabo do exército brasileiro conhecido por “Chico Diabo” , mas um tiro foi o golpe de misericórdia de sua vida atribulada.A guerra do Paraguai teve um saldo negativo para todos os envolvidos , inclusive para os vitoriosos da tríplice aliança.O Paraguai segundo a maioria das fontes teria perdido cerca de 70% de sua população economicamente ativa,sua indústria que outrora era motivo de orgulho estava ao final da guerra completamente destruída,suas perdas matérias e humanas foram tão grandes que ainda hoje elas são utilizadas no País para explicar a origem de sua pobreza.No esforço de guerra para vencer o Paraguai os países da tríplice aliança acumularam dívidas volumosas com uma série de bancos londrinos ,a dívida brasileira se sobressaia, os gastos no conflito atingiram o dobro da receita do império. Para o imperador d. Pedro II a guerra do Paraguai foi o inicio da crise que levou a sua monarquia ao fim, o exército brasileiro voltou da frente de batalha reformulado, enquanto instituição se profissionalizou e no campo das idéias aderiu ao republicanismo e a causa abolicionista.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
História econômica do Brasil colônia( 1500 - 1808)
Quando Pedro Álvares Cabral colocou seus pés lusitanos na praia em porto seguro, daquele momento em diante o futuro do Brasil estava traçado e predestinado a exploração, a nova colônia serviu aos interesses mercantilistas da metrópole Portugal que estava na outra margem do Atlântico. No início existiu certo desinteresse de Portugal na colonização e ocupação do território Brasileiro, os motivos envolvem a aparente inexistência de metais preciosos e naquele momento o comércio de especiarias com a Índia era mais lucrativo para os lusitanos. No chamado período pré - colonial que vai de 1500 a 1530 a exploração do Brasil se baseou nas atividades predatórias e extrativistas, a agressividade de algumas tribos e a pequena população de Portugal também dificultaram um projeto mais amplo de ocupação da faixa litorânea do Brasil, parte que cabia a Portugal pelo tratado de Tordesilhas assinado com a Espanha. Nessa época a atividade financeira de maior lucratividade para a metrópole foi à extração em massa do Pau - Brasil, conhecido na Europa por Pau -de -tinta em virtude da coloração vermelha criada apartir da árvore para ser utilizada na tintura de tecidos. O vai e vém das caravelas foi constante levando milhões de toras para Portugal, a mão de obra dessa atividade foi nativa, os índios ajudaram os colonizadores muitas vezes interessados nos produtos oferecidos em troca do trabalho (Escambo). A presença constante dos Franceses no litoral do Brasil contrabandeando madeira e as ameaças de invasão por parte do rei Francisco I , levou o rei português d.João III a elaborar um projeto de colonização, as chamadas capitanias hereditárias.O litoral do Brasil foi dividido em 14 lotes de terra e entregue a 12 donatários , homens de posse da sociedade portuguesa que recebiam a terra em doação mais deveriam colonizá-la com seus próprios recursos.Com a montagem da máquina colonial e mesmo com todos os problemas apresentados em cada capitania,a grande lavoura da cana de açúcar foi introduzida no Brasil.A escolha da cana se deu em razão de vários pré - requisitos;Clima e solo favoráveis ao cultivo da cana , o açúcar era um produto de extremo valor no mercado europeu e Portugal dominava há muito tempo as técnicas de cultivo.As lavouras de cana de açúcar prosperaram principalmente no nordeste em razão do solo fértil de massapé, em todas as etapas de cultivo e de preparação do açúcar Portugal se utilizava da mão de obra escrava africana , introduzida na colônia em meados de 1530 para atender as necessidades da grande lavoura.Existem debates na historiografia brasileira sobre a questão escravista no que tange a escolha do negro Africano, a dúvida reside no fato que os vizinhos Espanhóis se utilizaram em larga escala dos nativos encontrados nas áreas colonizadas (astecas - Maias - Incas).A escolha dos negros como fonte de mão de obra no Brasil colônia se deu por conta da alta lucratividade do tráfico negreiro,essa atividade criou fortunas nos dois lados do Atlântico.Milhões de negros foram arrancados de sua terra natal ,obrigados a atravessar o atlântico em navios tumbeiros tenebrosos ,para atender a ambição de lucro intrínseca do sistema colonial.O açúcar brasileiro entrou em certa decadência apartir da segunda metade do século XVII , os Holandeses que foram expulsos do litoral nordeste da colônia passaram a cultivar o produto em outras regiões , competindo com a produção Brasileira. No final do século XVII (1690) , os bandeirantes paulistas que percorriam o território a procura de riquezas e índios para escravizar acabaram encontrando reservas de ouro e diamantes na região de Minas gerais , estava lançada uma nova corrida pela fortuna no Brasil.Por um século o ouro retirado das minas também com mão de obra escrava negra promoveu uma série de mudanças radicais na colônia,a colonização saia pela primeira vez do litoral e de forma efetiva partiu para o interior , a própria capital foi transferida de Salvado(Bahia) para o Rio de Janeiro com vistas a fiscalizar a extração e embarcar o ouro para a Metrópole. Cidades lindíssimas foram construídas a "Peso de OURO"; Vila rica, mariana, Sabará, são João Del rei e gongonhas viveram dias de esplendor por conta da exploração aurífera. Igrejas e capelas construídas sob inspiração barroca ainda hoje encantam os milhares de turistas que visitam aquela região histórica que nasceu sob o signo do ouro.Como podemos notar o Brasil se enquadrou no que se habituou chamar de colônia de exploração, produtos tropicais e muito ouro serviram para atender a acumulação primitiva de capital na metrópole Portugal, tanta riqueza só não serviu para fazer da nossa antiga metrópole uma potência econômica nos dias de hoje.
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